DISTÚRBIO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO EM ADULTOS




Desde a primeira descrição desse distúrbio de atenção, no início do Século XX, essa condição clínica recebeu diversas denominações ao longo do tempo. Já foi chamada de Lesão Cerebral Mínima, Disfunção Cerebral Mínima, Síndrome da Criança Hiperativa, Distúrbio Primário da Atenção, e Distúrbio do Déficit de Atenção com ou sem hiperatividade.Desde o início de sua observação até hoje, os estudos sobre o Distúrbio de Déficit de Atenção se referem às crianças em sua expressiva maioria. Isso porque os critérios diagnósticos para Distúrbio de Déficit de Atenção, de acordo com o DSM-IV, referem características mais comumente observáveis em crianças. Por essa razão os adultos com o diagnóstico de Distúrbio de Déficit de Atenção acabam não preenchendo tais critérios.Acreditava-se antes, que os sintomas de Distúrbio de Déficit de Atenção desapareciam espontaneamente na adolescência ou, no máximo, no início da idade adulta, entretanto, alguns autores têm acreditado que o transtorno persiste em aproximadamente 50 a 70% dos casos na idade adulta, embora o quadro clínico sofra algumas modificações com o passar do tempo (Wender, 1995).Apesar do Distúrbio de Déficit de Atenção acometer entre 3 e 5 % das crianças, sendo considerada uma das patologias psiquiátricas mais freqüentes nesse grupo etário, pouco se sabe de sua real prevalência em adultos. Embora esse transtorno tenha sido raramente diagnosticado até recentemente em adultos, estima-se que 30 a 60% dos casos tenha seus sintomas persistidos na idade adulta, sendo sua prevalência estimada em 1 a 2%.


QUADRO CLÍNICO
O quadro sintomático do Distúrbio de Déficit de Atenção pode ser dividido em 3 áreas:



a atenção,



o controle dos impulsos e



a atividade motora.



O sintoma mais exuberante, notadamente nas crianças, é o comportamental, ou seja, o descontrole impulsivo e a hiperatividade, mas o déficit da atenção costuma ser a manifestação mais duradoura e mais relacionada aos prejuízos sócio-ocupacionais. Como vivemos num mundo onde a produção é o passaporte para a vida em sociedade, os prejuízos sócio-ocupacionais acabam sempre sendo determinantes na busca de ajuda médica.




Para entendermos as alterações na atenção temos de rever a questão da vigilância e da tenacidade. Em adultos as alterações da Atenção aparecem na forma dos sinais abaixo listados. Esses sinais também podem aparecer em pessoas sadias, mas nos portadores de Distúrbio de Déficit de Atenção são exagerados: A pessoa comete erros por puro descuido, não presta muita atenção nos detalhes, negligencia nos deveres escolares, no trabalho, ou em outras atividades;


1. Mostra dificuldade em atividades que exijam uma atenção prolongada, tal como nas tarefas ou nos jogos;


2. Mostra dificuldade em manter a atenção com a fala das outras pessoas, parece não escutar o que lhe falam;


3. A pessoa é pouco persistente, não completa tarefa, não obedece às instruções passo a passo e não completa deveres, ou tarefas no trabalho, por impaciência ou falta de persistência;


4. Apresenta um estilo de vida desorganizado, tem dificuldade em ser organizado em trabalhos ou outras atividades, em controlar o talão de cheques, contas, etc;


5. Costumeiramente perde objetos ou pertences, como chaves, canetas, óculos, etc;


6. Qualquer estímulo desvia sua atenção do que está fazendo, evita e se mostra relutante a envolver-se em tarefas que exigem um esforço mental prolongado, tais como deveres escolares ou trabalhos de casa;


7. Muda freqüentemente de uma atividade para outra, quase sempre sem completar a anterior;


8. Vive freqüentemente atrasada;


9. Sofre a ocorrência de "brancos" durante uma leitura, conversa ou conferência.




Quanto à hiperatividade, esta se manifesta como uma espécie de reatividade psicomotora exagerada aos estímulos, uma desinibição da resposta motora, ou uma deficiência no controle da psicomotricidade. Nos adultos a hiperatividade pode ser bem menos marcante que nas crianças. Na adolescência, a hiperatividade diminui, enquanto que o déficit de atenção, a impulsividade e a desorganização permanecem como os sintomas predominantes.Os sinais da hiperatividade observados em adultos e em grau capaz de comprometer a adaptação e o desenvolvimento costumam ser os seguintes:


1. Apresenta uma sensação subjetiva constante de inquietação ou ansiedade, com dificuldade em brincar ou praticar qualquer atividade de lazer sossegadamente;


2. Busca freqüentemente situações estimulantes, muitas vezes que implicam risco, podendo correr ou subir em locais inadequados.


3. Costuma fazer diversas coisas ao mesmo tempo, como, por exemplo, ler vários livros;


4. Está sempre mexendo com os pés ou as mãos ou se revira na cadeira;


5. Fala quase sem parar, e tem tendência a monopolizar as conversas;


6. Mostra necessidade de estar sempre ocupado com alguma coisa, com freqüência está preocupado com algum problema seu ou de outra pessoa, freqüentemente está muito ocupado ou freqüentemente age como se estivesse "elétrico";


7. Não permanece sentado por muito tempo, levanta-se da cadeira na sala de aula ou em outras situações nas quais o esperado é que ficasse sentado;


Em relação ao controle dos impulsos, o que parece acontecer é uma dificuldade na manutenção da inibição social e comportamental normais, uma alteração neurobiológica do autocontrole.As características do déficit de controle dos impulsos em adultos com Distúrbio de Déficit de Atenção se apresentam da seguinte forma:


1. A pessoa responde antes de ouvir a pergunta toda;


2. Age por impulso em relação a compras, decisões em assuntos importantes, em rompimento de relacionamentos, e por vezes se arrepende logo depois;


3. Apresenta reações em curto-circuito, com rápidas e passageiras explosões de raiva, tipo "pavio curto";


4. Dirige perigosamente;


5. É de uma espontaneidade excessiva, chegando às raias da falta de tato e de cerimônia.
6. É hiper-sensível à provocação, crítica ou rejeição;



7. É impaciente e tem grande dificuldade de esperar;


8. Mostra baixa tolerância à frustração;


9. Não consegue se conter, reagindo mesmo quando a situação não o atinge diretamente ou quando sua reação pode prejudicá-lo;


10. Sofre oscilações bruscas e repentinas do humor, quase sempre de curta duração;
11. Tem tendência a explosões histéricas;



12. Tem um mau humor fácil;


Com essas características comportamentais justifica-se o estresse das famílias desses pacientes, principalmente levando-se em conta o prejuízo nas atividades escolares, ocupacionais, vocacionais e sociais. Isso sem contar, considerando o próprio paciente, os efeitos negativos em sua auto-estima, normalmente muito rebaixada.As conseqüências existenciais do com Distúrbio de Déficit de Atenção, principalmente em adultos, seriam:


1. Adiamento crônico de qualquer tarefa ou compromisso, ou seja, dificuldade de dar a partida;
2. Alcoolismo e abuso de drogas;



3. Baixa auto-estima e um sentimento crônico de incapacidade e pessimismo;


4. Demora tempo excessivo na execução de algum trabalho, devido em parte ao sentimento de insuficiência.


5. Depressões freqüentes;


6. Difícil sociabilidade, dificuldade em manter os relacionamentos duradouros;


7. Mau desempenho profissional, apesar de bom potencial;


8. Tendência a culpar as outras pessoas;


Além disso, são muitos os estudos que mostram um risco aumentado de desenvolverem outros transtornos psiquiátricos na infância nas crianças com essa síndrome, juntamente com a comorbidade (concomitância) de outros transtornos também nos adolescentes e nos adultos. Entre essas eventuais alterações psíquicas as mais temerárias seriam o comportamento anti-social, abuso ou dependência de álcool e drogas, transtornos sérios do humor e de ansiedade. Outros traços podem fazer parte da personalidade do portador de Distúrbio de Déficit de Atenção. Entre esses traços estaria presente a tendência à caligrafia ruim, dificuldades de coordenação motora, dificuldades no adormecer e de despertar, sendo pessoas que adormecem e despertam tarde, maior sensibilidade a ruídos e ao tato, síndrome pré-menstrual mais acentuada, dificuldade de orientação espacial e na leitura de mapas, deficiência na avaliação do tempo.



O diagnóstico atual de Distúrbio de Déficit de Atenção pelo DSM-IV enfatiza a possibilidade de haver uma forma predominantemente (a) - desatenta, uma predominantemente (b) - hiperativa e uma forma (c) - mista, reconhecendo que os sintomas estão presentes antes dos sete anos de idade. Mas há ainda a possibilidade do diagnóstico de Distúrbio de Déficit de Atenção "em remissão parcial" para adolescentes e adultos que não preenchem os critérios plenos, devido a uma atenuação da sintomatologia. Os sintomas encontrados nos adultos são, geralmente, bem menos floridos que em crianças.


COMORBIDADE



Com freqüência se associam ao Distúrbio de Déficit de Atenção os seguintes transtonos emocionais:


a - Distúrbios depressivos, geralmente a distimia ou quadros depressivos intermitentesb - Distúrbios ansiosos, comumente o distúrbio da ansiedade generalizada, o distúrbio do pânico, quadrosfóbicos, obsessivos e o distúrbio de Tourette.c - Alcoolismo e abuso de drogas.d - Distúrbios anti-sociais.e - Distúrbios delirantes.


ETIOLOGIA
Importante para o diagnóstico lembrar que o Distúrbio de Déficit de Atenção é uma condição que acompanha a pessoa desde sempre, é constitucional e inerente à biologia da pessoa, portanto, ninguém adquire Distúrbio de Déficit de Atenção. A pessoa É portadora de Distúrbio de Déficit de Atenção, ela não ESTÁ com Distúrbio de Déficit de Atenção.








Ballone GJ - Distúrbio de Déficit de Atenção em Adultos - in. PsiqWeb Psiquiatria Geral, Internet, 2001 - disponível em http://www.psiqweb.med.br/trats/bipolar.html
Texto baseado predominantemente nos artigos:
Hiperatividade Déficit de Atenção Adultos de Sérgio Bourbon CabralAssociação Brasileira de Déficit de AtençãoTranstornos de Déficit de Atenção em Adultos de Kátia Petribú, Alexandre Martins Valença, Irismar Reis de Oliveira




Geraldo J. Ballone - 2000




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Saúde mental para todos!

CAPS- Livramento, Bahia. Luta antimanicomial



18 de maio foi instituído há 21 anos como o Dia Nacional da Luta Antimanicomial.
Ao longo da vida, somos muitos os que enfrentamos sofrimentos psíquicos. Alguns de nós, porém, desenvolvem transtornos mais severos em decorrência de sofrimento psíquico intenso: são os chamados doentes mentais. Numa sociedade que tende a excluir os diferentes, foi necessário criar um dia para lembrar especialmente os que padecem de sofrimento psíquico e para lutar pela inclusão social das pessoas consideradas portadoras de transtorno mental severo. Não se trata apenas de um ato humanitário e solidário, pois todos seremos beneficiados com uma sociedade que inclua os diferentes. A internação psiquiátrica prolongada só tende a cronificar uma crise passageira, a estigmatizar e a excluir do convívio social pessoas que, como nós, têm um potencial para criar, produzir e se realizar na vida e que, como nós, buscam a felicidade.
O sofrimento psíquico deve ser assistido em serviços de saúde que não excluam as pessoas do convívio social, como as Unidades Básicas de Saúde, os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), os Centros de Convivência. Apenas excepcionalmente e por pouco tempo, em casos de crise severa, as pessoas devem ser internadas em Caps 24 horas ou, quando não houver esses serviços na região, em hospitais gerais, onde são atendidos os que sofrem de qualquer tipo de enfermidade.
Por essas razões, lutamos:
pelo fechamento dos manicômios; pela ampliação e fortalecimento dos serviços públicos locais que atendem as pessoas com sofrimento psíquico e suas famílias; pela inclusão social dos que padecem de transtornos mentais severos. Enfim, por condições de vida que favoreçam a saúde mental de todos.


kayky avraham - forum paulista da luta antimanicomial semanasaudemental@gmail.com


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Saúde Mental

Saúde mental é um termo usado para descrever um nível de qualidade de vida cognitiva ou emocional ou a ausência de uma doença mental. Na perspectiva da psicologia positiva ou do holismo, a saúde mental pode incluir a capacidade de um indivíduo de apreciar a vida e procurar um equilíbrio entre as actividades e os esforços para atingir a resilência psicológica.
A Oganização da Saúde Mental afirma que não existe definição "oficial" de saúde mental. Diferenças culturais, julgamentos subjectivos, e teorias relacionadas concorrentes afectam o modo como a "saúde mental" é definida.[1]



Referências
World Health Report 2001 - Mental Health: New Understanding, New Hope, World Health Organization, 2001
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Saúde_mental"